terça-feira, 2 de setembro de 2008

É AMANHÃ


Aos que não sabem, amanhã lanço um curta aos cuidados de meu idolo de cinema, Carlos Reichenbach que me emocionou agora a pouco no seu blog http://olhoslivres.zip.net

Será no Cinesesc, na rua augusta , sentido jardins, pouco abaixo do Habibs as 21 hs!

Espero poder ver todos amigos por lá!

NAS DUAS ALMAS
(Produção brasileira de 2008)
20 minutos, Colorido
Diretor: Vebis Jr
Produtor: Rafael Armbrust, Fernando Yagyu e Raphael Borghi
Roteiro: Vebis Jr e Ana Paul
Fotografia: Vebis Jr.
Montagem: Marcelo Valletta
Trilha Sonora: Banda Crazy Legs
Diretor de Arte: Camila Vixen
ELENCO: Milhem Cortaz, Vanessa Prieto, Debora Oliveira, Juliana Vedovato e Supla.
SINOPSE: Quando Johnny, um rockabilly, traz a namorada para seu universo íntimo de músicas, brigas e visual, ele a distancia do relacionamento provocando um enorme dano afetivo.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Decepção Olímpica

Após mais um ciclo olímpico, as pessoas se perguntam: e ai, como fomos?? Pelo o que acompanhamos dos resultados obtidos (ou não obtidos), vemos o Brasil apenas em 23º no ranking de medalhas. Digo ‘apenas’ por ser um país de tamanho grandioso e grande importância cultural e econômica para o mundo. Com o sonho de se tornar uma potência olímpica, estamos dando apenas os primeiros, e vagarosos, passos.


Apesar de nunca termos sidos grandes vencedores de medalhas de ouro, sempre estivemos em evidência no mundo esportivo. Competições internacionais, campeonatos mundiais e disputas com os melhores atletas do mundo contam a participação de brasileiros. De vez em quando temos nossos representantes nos pódios e conseguindo ser campeões. Mas parece que temos um sério problema quanto a disputa do maior dos eventos: as Olimpíadas. Grandes expoentes do esporte nacional cravaram seus nomes entre os medalistas olímpicos, mas sempre esperamos muito mais. Nós aceitamos apenas o nível máximo de perfeição quando se trata de esportes, não nos contentando com a simples participação em torneios. Apesar de ser difícil de aceitar, o brasileiro é assim.


Com um total de 15 medalhas ganhas, sendo 8 de bronze, 4 de prata e apenas 3 de ouro. Em primeiro lugar ficaram os chineses e suas 100 medalhas, com 51 de ouro, 21 de prata e 28 de bronze. Essa disparidade coloca em dúvida toda a preparação brasileira nos últimos anos, passando por um Panamericano em casa e competições por todos os lados. Do que adiantar levar a maior delegação de todos os tempos para que os resultados fossem tão ruins? O velho dito se confirma: quantidade não é qualidade.


Apesar de ser claro a fraca participação do Brasil em Pequim, o presidente do Comitê Olímpicos Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman afirma que “o País teve o melhor retrospecto da história”. Sua opinião se embasa em cima do fato de termos participados de 38 finais disputadas, oito a mais do que em Atenas. Há quatro anos ficamos em 16ª lugar no quadro de medalhas, com dois ouros a mais. Essa desculpa esfarrapada foi pensada para tentar justificar o investimento de R$ 160 milhões para 2008, maior orçamento de todos os tempos. Assim como ele, o ministro dos esportes, Orlando Silva Jr., também se vangloriava dos números brasileiros. Com o passar dos dias em que se seguiram as olimpíadas, a participação de ambos foi se esvaecendo.


Dirigentes à parte, os atletas também nos decepcionaram. Nomes de respeito como os ginastas Diego Hypólito e Daiane dos Santos, o triplista Jadel Gregório e o nadador Thiago Pereira não conquistaram o esperado. Mas cada um é um caso. Na olimpíada anterior, Daiane não conseguiu dar seguimento a seu bom momento de campeã mundial de ginástica olímpica. Jadel sempre figurou entre os principais nomes do atletismo, mas nunca conseguiu títulos de expressão. Mesmo contando com a sorte do principal atleta do salto triplo não participar dos jogos, não conseguiu subir ao pódio. Já Thiago se mostrou muito aquém do que esperávamos de um campeão de panamericano. A competição sul-americana engana a todos, sendo que nunca foi levada a sério por outros países, caso de Estado Unidos, Cuba e Canadá.


O grande problema dos nossos atletas olímpicos é se contentar em fazer sua carreira por aqui e se destacar entre os próprios brasileiros. É preciso firmar a idéia de que se tornar um atleta de alto nível remete ao fato de você se desligar do país e disputar (e aprender) com os melhores do mundo. Cito aqui o caso do nadador César Cielo, detentor da medalha de ouro nos 50 metros livre e bronze nos 100 metros livre. Há três anos, se mudou para os EUA e tem competido com os melhores. Ele deixou os braços da família para abraçar o sonho de se tornar o melhor. Em Pequim, chegou como o segundo nome da natação brasileira, atrás de Thiago Pereira.
Enquanto não diferenciarmos atletas e atletas de alto nível, não poderemos sonhar com passos maiores no quadro de medalhas.


Demonstro aqui minha breve opinião quanto ao evento esportivo mais esperado do ano, mas que o Brasil não sabe participar....

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A comédia julgada

- Mão sobre a bíblia, por favor!
Você jura dizer a verdade...

'Ás vezes me pergunto porque fomos criados? A muito tempo atrás... por volta de 200.000 anos atrás não existia nem eu, nem Deus.'

- nada mais que a verdade...

'Na verdade nossa criação passou por diversas formas. Tínhamos até mais que um semelhante neste caso! Passamos por nomes diferentes... O meu foi Hades a muito tempo atrás. Meus amigos tinham nomes estranhos...'

- somente a verdade?

'Hoje eu até prefiro aquele meu antigo nome. Era mais bonito! Pé cascudo é bem... complicado... mas pelo menos meus amigos tem nomes fixos, por exemplo Fome... ele é de quem mais gosto...'

- Eu prometo

'Até parece, vai perguntar isso pra mim? Justo pra mim? Com a mão nesse livro?'

- Senhores, podem se sentar. Sr. Cramunhão. Você está sendo acusado por...

'Nossa, essa lista é grande... Eles realmente vão querer ler um por um?'

- Injúria, Calúnia, Difamação...

'Poxa vida, eles tão de sacanagem comigo? Eu sou o cara mais honrado do mundo... Jamais faria uma coisa dessas!'

- Homicídio, Instigação ao suicídio...

'Ah! Nunca matei ninguém! São eles, aquele bobinhos na terra, que fazem isso por si. Eu só dou prazeres a eles, que nem o cigarrinho....'

- Furto, roubo, latrocínio, dano, extorsão, estelionato, violação dos direitos autorais e de marca...

'Caramba, eles realmente acham que eu ousaria mexer nas coisas dos outros... que barbárie, eu nunca faria isso! Isso aquele caras que conheço é que fazem...'

- Estupro, Corrupção...

'Ah, eu acho que eles estão errando em alguma coisa....'

- Caro filho da Cabra, não vou ler a lista inteira não. Já entendemos que você é o maior disturbio da paz no mundo...

- É mesmo, até eu estava ficando cançado.

- O que você tem a dizer?

- Bom... tenho a dizer que vocês estão todos errados!!!

- Como é?

- Calma, vou explicar...

' Ah tempos estive vagando pela Terra. A tempos sofri com as derrotas descritas, mas nunca as vivi de fato. A tempo vi que o caminho que segui é tão impuro de uma forma ao qual não pude saber como é de fato vivê-lo. Não posso ser castigado por mim mesmo! É só meu trabalho que tenho feito, e vocês não podem negar! Eu só estive ensinando a quem não sabe fazer as coisas da forma certa a fazer da forma certa. E não me digam para mudar meus métodos! Sabem que não funcionaria!'

- Seu jeito de fazer as coisas me enojam, Diabo...

- Olha aqui, você é o juiz mas não entende das coisas não né?

- Olha aqui, você ainda tem algumas ações na terra. Você interfere sim por lá! Não tente me enganar!

- Porra, tenho que ter isso também, afinal de contas quem paga o whiskinho das crianças?

- Seus crimes estão sendo julgados, toma cuidado com suas palavras!

- Cuidado?

' Você sabe que minha interferência é ínfima! Eu só coloco um pouco de peso na balança... minha prova é mostrar que a criação maior é falha. Eles querem as coisas assim! Eles querem ser tentado a todo o momento! Eles nos criaram o você sabe disso!'

- Não me tentes caído da luz! Ainda tenho minhas convicções!

- Tão falhas quanto as deles...

'Se ao menos quiser ver com os próprios olhos, vá viver com eles e tente mudá-los. Tente a mudá-los. Não sou eu que estou acabando com o mundo...
Eles sempre tem duas opções nas mãos. O problema é deles se ele escolhem errado!'

- Ah é? Então mostre. Mostre então!

- Eles já estão mostrando sem minha interferência! Liga a tv!

é dor que não se sente

As raspas da humanidade já foram ao fundo do copo...

Quem acha que ser humano que é, está acima de todo animal está enganado.

Seus feitos, seus cultos... nada do que fazem é diferente do que chamam de animais. São carnívoros, herbívoros, nadam, andam, nascem, crescem, se reproduzem e... morrem. A sensação de poder é na verdade o conforto que existe hoje para disfarçar a morte que vem amanhã.

O que se passa na cabeça das pessoas ao se comparar um homem que cheira mau a um porco, um imbecil que não pensa em burro? São todos tão quadrados na sua forma... raciocinar... pensar...

Se você acha que é diferente de um animal, prove então! Que suas características formam seus sentimentos diferente do que os outros sentem!

Pensar fez o que fez? Ou alguns pensam errado? O que é errado para você? Uma concepção etérea da realidade faz você passar longe do que os outros sentem. Sua sensação está presa dentro de seus ossos e longe de sua imaginação infértil... invertebrada... parada...

Essa é a asfixia da redundancia alheia. Mata a grito e morre. Vive em uma circunstancia de falta. O que falta é sentir dor que não se mede.









PEA.org.br

Alguém um dia terá de fazer a diferença!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Arnica desacreditada





Sentimos que as pessoas mudam.
No filme Magnólia, lembro-me de uma matéria que Luiz Carlos Merten colocou, onde tinha um artigo publicado em que o diretor do filme Paul Thomas Anderson afirma que uma das razões dele ter colocado aquela chuva de Sapos, vinha de uma pesquisa comprovada em que poderemos medir o nível de sanidade das pessoas a partir da saúde dos sapos localizados nos brejos locais.

Eu também afirma achar bizarro, mas faz sentido.
E no filme quando chove sapos, é como a parte final de uma orquestra em que todos os personagens afundam junto no tom com todos instrumentos que se necessitasse!
Novamente me vejo posto frente ao que podemos chamar de nível de sanidade da população.
Faço até um paralelo com aquelas pessoas que quando estão a beira da morte, destacam-se as que tem fé que resistem mais, ou dependendo do nível de fé e milagre se curam, e as que definham mais rápido.

Fé ainda é um combustível humano necessário.
Notei isso pela minha garota: quando estou mal das costas, o que tem se tornado uma constante me travar as costas e a confiança que eu depositava nos remédios de infância. Quando moleque, sabia que todos indicavam remédio que contivesse arnica na sua composição. Da penúsltima vez que travou minhas costas chegando até me incomodar na respiração, entreguei a ela a geléia de arnica e que passasse no local dolorido.
Sua resposta foi avassaladora como a de Dana Scully para Mulder quanto as questões sobrenaturais na série Arquivo X: de maneira cética!

- Olha, eu posso até passar, mas você tá bem crescidinho pra saber que isso não funciona nada!

Perfurador este comentário. Acabou comigo e com toda metade na minha vida na fé contida neste remédio tão "cosas de avoela". Juro que este remédio funcionava, sério mesmo....não sei se era minha fé, ou a fé da minha avó, mas funcionava.
Meu próprio irmão contemporâneo da minha garota outro dia se negou passar a geléia sob a certeza (nem suspeita era) de que não adiantava nada!



As pessoas tem mudado pra pior, pelo jeito.
E não adianta fórmulas para crença. M. Night Shyamalan faz filmes como Spielberg fazia antigamente, um cinema que se depende d fé no que se viu, e não no discurso, como a maioria dos filmes faz hoje (como os do Nolan, Batmans Begins ou Dark Knight por exemplo) e isso hoje em dia no cinema é arriscado.
Sua maior ousadia havia já acontecido ha alguns anos atrás quando fez "Dama na Água" filme emblemático da fé, que desde os créditos iniciais, nos convida a sermos criança pra entender e poder acreditar em tudo que seria contado. E a história foi contada. Haviam de salvar uma ninfa que se chamava history, e pouca gente engoliu.
Achei "Dama..." um dos melhores filmes da década que tratam da questão: "Até onde você acredita?"e pouca gente sacou. A maioria, percebi que foi gente como ela que acreditava piamente que o remédio não funcionaria.
Mas como é uma geração em conflito, notei que no remédio ela não acreditou, mas no filme sim. Vejo por ela e outros amigos, uma fase de transição da nossa geração, e não quero ser encarado aqui, como o tiolão que encara de longe com dedinho no queixo. Estou envelhecendo, mas estou completamente inserido nesta convivência.

De toda transição, o que mais me preocupa é o ceticismo. As pessoas precisam ter fé, e isso não diz respeito a religião. Lembro-meaté uma frase que li nestes rodapés de agenda em que uma frase animava o dia: "Todos precisamos crer em algo. Creio que vou beber uma cerveja". Que seja. Pelo menos creiamos...isso é força interna!

Porém, mesmo com todas estas divagações, minhas costas ainda doem!



Vebis Jr ou se preferirem "El Cabrón" é professor de audiovisual na Universidade Metodista, pesquisador em cinema, diretor de fotografia em diversos curtas metragens (além dos seus) e contrabaixista acústico frustrado nas horas vagas! Dependente quimico em café, cinema e sexo!

domingo, 10 de agosto de 2008

o coveiro demente está à solta nas salas escuras


Brasileiro é não apenas aquele vendido ou dado nas propagandas na qual "não desiste nunca". É também a cria, ou a permanência da letargia e a resistência ao novo.
Quando se fala isso, nos remete imediatamente ao analfabetismo político da população que por tanto tempo temeu experimentar tendencias novas na hora do voto. Mas o foco deste "medo do novo" reflete-se na vida cultural, ou melhor, se a escola de Frankfurt adorava criticar a indústria cultural através de comentários xiitas de Adorno (minha humilde opinião), tenho de dar o braço a torcer que se condicionou um olhar, mais precisamente, nos permitimos a ter "olhar viciado" a ponto de esperarmos sempre o quadro repetitivo.
Meu amigo chega a mim com cara de emputecido.

Amigo
- Tô puto...o tempo que fiquei na bilheteria no cinema me irritou profundamente, cara!

Eu
- Ficou muito tempo esperando?

Amigo
- Nem é isso! enquanto esperava no guichê a mulher se acertar com os cartões ouvi na bilheteria ao lado um homem dizer pra mulher - Quero ver o filme do Zé! - e a mulher dele falou imediatamente - Aaaaah não, é muito tosco, não vamos ver não....vamos ver múmia 3 (ne: na boa? se fuderam....é simplesmente o pior filme que vi este ano)

Eu
- Poxa....que tolice!

Amigo
- Não pára aí...do outro lado mesma coisa: um homem queria ver o filme e a mulher falou na hora: Creeeeeedo, Deus me livre! Zé do Caixão ninguém merece!

Vejo aqui uma espécie de assassinato de vários suspeitos. Se o uso de armas estivesse aprovado, pessoas como estas exterminariam todas pessoas mal-encaradas por se parecerem com assassinos, ladrões ou tarados.
Vi o filme do Sr. Mojica Marins em sua presença, na do roteirista Dennison Ramalho e do escritor Murtarelli. Foi uma experiência fenomenal poder ter participado duma projeção destas. A sala nem estava tão cheia. Mas sabia que naquela sala estava o último dos remanescentes do cinema inventivo e genial do Brasil. Foi uma data memorável. Para minha alegria plena, Ramalhão, o roteirista e assistente de diretor me contava todos segredos que poderia perder.

Sai do filme justificado e feliz porque vi na tela um dos melhores filmes nacionais que o cinema brasileiro pode oferecer. Lembro-me quando saiu "O cheiro do Ralo" do Heitor Dhalia, eu o vi e preferi ficar quieto apesar de não curtir muito o filme. Sabia que nas veias deste filme, pulsava uma estética própria e uma honestidade do diretor no que produziu. Isso, se não agrada, no mínimo impõe respeito.

No caso deste do Mojica, o filme se torna tão inventivo, que até os patrocinadores que aparecem de praxe nos créditos iniciais de filme brasileiro, estão inseruidos no discurso inicial. A introdução do filme, é a melhor introdução do cinema nacional de todos os tempos, mas que, só funciona porque a figura do coveiro, tem uma potencia visual incomparável!

E se o que eu achava que seria um filme abjeto, do horror, foi na verdade um delírio com mãos de ferro na direção, trazia em cada fotograma a competência do retorno do mau e velho personagem brasileiro "Zé do caixão", dono de uma estética de cinema totalmente imersa nas culturas e medos mais brasileiros: o medo da macumba, do que não se conhece, do que é feio, do que se despreza, da pobreza e onde a fé sincretista não alcança.
O cinema de repertório popular é com certeza a maior pulsão que a população brasileira esqueceu porque se permitiram adestrar nos gostos a partir do olhar. Na época que o brasileiro se identificava com o repertório popular, se pagava na entrada de cinema o valor relativo a uma passagem de ônibus. Hoje, tiraram esta identificação desde antes da retina, distanciaram o cinema do público comum e castigaram o bolso. "Combati o o bom combate e perdi a guerra" é um trecho bíblico.

Uma pena, pois é disso que precisamos: do imaginário que brinca com o que está perto e amedronta, não com a realidade imposta e construída por outrém. Uma realidade que vem do mercado de outro país. A nossa realidade é completamente imersa no popular, na rua, na pinga, no dominó. Foi nessa realidade que um simples coveiro surgiu para amedrontar nossos avós e pais e até hoje faz efeito, mas que infelismente, perde não para o medo construído de uma realidade passada, mas pelo controle de mercado de olhares que erra o caminho certo: o do investimento, manutenção e permanência da nossa cultura.

Salve o mestre Mojica, o nosso mestre que pariu um "cinema de autor" sem qualquer tipo de referência e que quando questionado o porque de seu misticismo fazer tanto efeito, responde sempre:

- minha religião é o cinema!!!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Uma gota de sabedoria

Aos prantos Sheila chorava. Acabara de perder um grande amor, perdera para aquela cafageste, loira e filha da puta daquela mulher!

O Mário xingava puto. Esbravejava poderes que jamais teve, se mostrava áustero senhor portador de empresas que nunca chegou perto, só para fazer com que o autor da colisão em seu carro se sentisse muito mais culpado do que já se sentia.

Cristiano berrava nomes que n]ão sabia o que deveria ser, quando viu seu melhor amigo se quebrar, revelando cacos de plástico rosa.

Era assim que o mundo se via. Cansado, pesado e ausente. Ausente de toda a dor que pudera sentir.não se fazia bons custumes como antigamente. Hoje um motoqueiro simples e pacato pode ser culpado por outros pelos crimes cometidos por quem não conhecemos.

E os humanos continuam assim, arredios, pensativosa, alarmados de medo, se dizem cohecer do desconhecido e armam-se uns contra os outros. São impuros e infiéis. Não se fazem pensar num minuto de silêncio aquele que merecidamente passa dessa para um descanso eterno.

Os animais, eles continuam também, se fazem não querer conhecer os homens. Ficam ali, parados, esperando que fazer o que sempre fizeram em suas vidas, achando que não chegar perto e atrapalhar os humanos vai salvá-los da morte horrenda. Vai salvá-los de serem descascados por um que sente frio e não pena, ou dó, ou melhor, sente apenas a ignorância.

Os virus fazem de tudo para cumprir seu papél. Seu papél de salvar o planeta do pior virus de todos. Mas só conseguem matar ignorantes, aqueles que quase não oferecem tanto perigo para entes de própria raça.

Então perguntei a ele uma vez. Ele me respondeu:

- Criei o mundo, criei os seres e tudo que convive com eles. Criei a sabedoria para chegar a um ponto. Sabia que eles poderiam crescer de uma forma exascerbada. Afinal de contas, tudo que começa tem que acabar, não acha? Deu um começo para isso tudo. O Final? Os humanos que se virem! Nunca puderam me deixar mais orgulhoso!

Me pergunta agora quem foi que me respondeu isso!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

A caverna

Era amargo o gosto daquilo. As vísceras se contorciam para fugir daquele montante sinistro de sentimento pútrido e indigesto.

Era a visão de homens e crianças que se deparavam com uma realidade tão dura quanto sofrer a pior das perdas. Essa visão que se amorteciam com o cotidiano visceral de momentos passageiros.

João tinha 68 anos. Os anos mais bem vividos por um homem. Viveu como uma criança até aquele momento. Todo momento de sua vida era uma história a se contar.

Trabalhava em um parque de diversões. Mais brincava que trabalhava. Mas trabalhava. Seus trocados lhe rendiam sorvetes e pirulitos. O velho jovem sempre teve grandes amigos.

Seus amigos que um dia vieram também se foram. Alguns deles viraram profissionais famosos, empresários grandiosos. Alguns deles tem carros importados, outros tem uma família linda. Alguns de seus amores nunca saíram dos posters presos nas paredes dos bares ou nas laterais das bancas.

Alguns dos hobbies de João nunca estiveram em falta. A sua volta tinha tudo o que queria. Montanha russa entre outros. Brincava com amigos novos que ali surgiram.

Não havia certeza de nada quando era ele. A única certeza é que ele gostava de tudo aquilo, e que ninguém ousava tirá-lo dali.

Havia muitas histórias para se contar. Terras, monstros, grandes criaturas.

Aquele homem, sim, aquele homem era feliz.

E dele não houve legado de sangue, mas houve grandes histórias e inveja de quem hoje não consegue fugir da realidade abrupta que temos.

O Livre arbítrio não são escolhas por simples ser. São escolhas que se fazem ser.

1º Desafio: Quem somos? - Rub´s - Atrasadíssimo!!

"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos,
são palavras,

Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."
(Fernando Pessoa)

Definir-se pelo que já foi escrito é bem mais fácil e tentador, mas vou tentar fazer dos dois:
Tardiamente me apresentando como o mais novo membro deste blog (yay!), meu nome é Rúbia, tenho 24 anos de vida, trabalho com publicidade e apesar de meu cargo não se envolver muito na"publicidade pura", sou extremamente curiosa e posso dizer que sei levar uma conversa sobre o tema "numa boa".
Estudante adoradora de Letras, amo Literatura de todos os tipos e minhas mais novas paixões são a Linguística e a Gramática (pois é... amar a gramática é possível!), e pretendo falar bastante sobre estes temas por aqui. \o/
Amo cinema, amo séries, amo as pessoas, amo os amigos, amo a família, amo escrever e principalmente amo falar! hehe...

Vamos nos encontrar mtas vezes por aqui!

´Later Babe...

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Correria do dia a dia

Ao tempo que se esgueira, ela engana

Faz do tempo tempo precioso, faz do cálculo algo que não há de funcionar

Engana sobre que eu quero, me faz nefasto a viajar sem lar

Que não queira saber de nada, que só queria primar, criar sem solucionar

Não se sabe o que é problema, que problema é tempo e tempo não há de se ganhar

O dinheiro é moeda fato, que se faz quando mato,

mato verde areia onde enterro meus inimigos imginários que fingem estar lá

Não quer saber de nada, sigo a minha vida sigo até chegar em algum lugar

Brilhante era o cão, que morto de fome, rasgou o saco, e morreu de tédio!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Fim do começo, ou começo do fim?

Depois de ver o transito na cidade, que muda para pior a cada minuto que se passa. Depois de ver a uma criança pedir no farol e ser derrubada por um outro maior. Depois de passar 3 anos desempregado, desiludido e fudido. E agora, depois de passar a um trabalho sujo de misérias na carteira. Estive por tempo quieto. E quieto fiquei por muito tempo.

Disse que o final de semana era curto, que a semana era longa. Que o domingo era o início do fim, e o sábado é o fim do começo...

Pois venho protestar. Sim, venho protestar!

Me diga você, sim, você, que passa a semana inteira trabalhando, reclamando, depois passa o final de semana inteira reclamando, me diga. Está reclamando do que?

Passei o fim de semana ouvindo e falando. Vi que não haveria como não me expressar depois de ear a verdade colocada dentro do ponto.

E aí, vamos discutir sobre o assunto?

O quê? Agora ficou desconfortável, só porque estou falando bravo com você? Pois então escute!

Porque raios você reclama pelo seu trabalho? Você trabalha o tempo todo mas, essa não foi sua escolha? De buscar uma boa maneira de ganhar dinheiro e poder sustentar seus gastos que nem sempre, ou melhor, quase nunca, é tão importante para manter você vivo e feliz. Pois é meu amigo. Lembro de quando você reclamava quando estava desempregado, desiludido, achando que era fracassado. Quando você estava assim, o que que você fazia? Você reclamava! Sim, você reclamava!

É sim. E depois, quando seu amigo te arrumou o trabalho que você tem hoje, você até agradeceu, ma não deu uma folga de uma semana para reclamar de novo.

Quando vem o fim de semana, o que que você faz? Reclama! Não basta passar a metade do primeiro dia do fim de semana que você já fala do segundo! Não é mesmo? É sim! Já reclama do segundo, falando que quando aparecer o fantástico você já fica cansado só de lembrar do trabalho que terá no dia seguinte.

Meu amigo, as coisas são diferentes. Porque raios você se compara com os outros quando fracassa? Dizendo " Ah, pelo menos aquele ali foi pior que eu" e depois não quer se comparar quando o cara se dá bem. Porque você não compara o seu trabalho com quem está procurando um!

Percebeu como ficou diferente. E aí? O que tem a me dizer?

Olha, eu não sou assim!

Ah, mas é sim! Ou você pensa que eu não ouvi você! Que eu não te vi dizer? Você faz isso o tempo todo! Tá infeliz porque? Alguém te disse que você não tinha escolha a não ser isso?

Não! Mas eu não tenho escolha, o que eu posso fazer?

Olha, sua defesa é inútil quando você só fica com essa bunda na cadeira e não faz nada para mudar! Olha aqui! As coisas podem ser diferente. Você não quer! Você acha que reclamar é mais fácil, não acha?

Não é bem assim. Mas eu...

Como não é assim. Quando ódio você alimentou só por inveja. Você você fizesse a metade que aquele amigo seu fez, você estaria no mesmo lugar que ele! Não se engane, irmão. Os dados na sua mão tem o mesmo número em todas as faces. Você escolhe a aposta.

Mas, eu não sei como....

É por que você nunca buscou saber como. Sai desta poltrona e vai descobrir o mundo. Isso não é auto ajuda. Isso não é mais auto piedade. Eu já cansei de ficar aqui vendo tudo isso. Passando a mão na tua cabeça e não fazer nada. Você tem de sair daí!

Você tem razão.

É! Eu tenho sim! Tem mesmo, eu vou sair agora e botar tudo para melhorar!

É isso aí! Agora sim você está parecendo mais a mim do que este obscuro chamado depressão.

É isso aí. Na segunda eu começo a mudar!

É isso aí. Amanhã...

Não! Amanhã não. Numa outra segunda...

..."Dizia a humanidade na frente do espelho"...

"Um som dos pedaços do vidro batendo levemente na pia seguido do estrondo seco se fez no final deste diálogo. Pequenas manchas vermelhas na bancada eram o prólogo do grande Vencedor!"

E o meu dia seguinte começou com a minha mão enfaixada!



(ps do autor: Adoro dar soco na cara!)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Desculpas a todos

Um pedido de desculpas aqui no SketchBlog.

Ao que percebem o 2º desafio foi cumprido apenas por um dos integrantes, que o cumpriu com certa dificuldade. Gostaria de dizer que há problemas pessoais a ser enfrentados. Por isso esse atraso.

Gostaria de pedir desculpas em nome dos integrantes por isso. Mas a partir de hoje estamos com uma imensa felicidade e dizer que um de nós superouo problema que enfrentava e pode dizer que é mais um profissional no mercado de trabalho.

Sim! O André Gravata é mais um profissional que está trabalhando. Parabéns!

Agora que todos nós estamos tomados pelo trabalho e tudo mais, teremos de repensar algumas coisas do blog. Como por exemplo os prazos dos desafios.

Logo notificaremos as pequenas mudanças que este blog terá de passar.

Enquanto isso, não deixem de visitar o SketchTrash, que continua com suas atualizações diárias.

Estamos fazendo o possível para tornar o blog um grande lugar para um pequeno e diferente entretenimento a vocês!

Um grande abraço!

Detetive Amoroso

O ventilador rangia em seus movimentos de bailarina sem sair do lugar, os móveis se revezam soltando estalos aqui e ali, os últimos raios de sol se apertavam para passar nas estreitas aberturas da persiana gasta do tempo. Sobre toda superfície do lugar, reinava uma fina camada de poeira que já quase faz parte da decoração do lugar. Na cadeira ao centro, quase tão inerte como os móveis que lhe faziam companhia, um detetive aguardava. Aguardava pelo quê?
Talvez por três batidas na porta seguidas pela entrada de uma fêmea fatal. Vestida em vermelho com seu lenço ora apertado entre os dedos, ora a secar-lhes as lágrimas dos olhos. Ela contaria seu caso, ele se prontificaria a ajudá-la, ela cairia em seus braços e ele a seguraria como se fosse a única.
Ou então esperava por uma sinfonia dissoante de cantadas de pneus, gritos na rua, rajadas de metralhadora e as sirenes da polícia. Olharia pela fresta já alargada na persiana de tanto ser aberta, iria até seu casaco no mancebo e dali até a delegacia. Onde seus velhos companheiros e hoje informantes dariam a ele uma história que renderia muitos drinks, um soco na cara e longas noites sem dormir.
Na verdade, esperava apenas que algo acontecesse. Sabia que era muito mais provável que ali entrasse mais um marido munido de sua desconfiança conjugal e ele, ele viveria mais alguns dias atrás de uma mulher e seu amante. Tirando fotos, gravando conversas e ouvindo atrocidades do marido, como se fosse ele o homem com que sua mulher saía.
Perdido em seus pensamentos, nem notou o envelope que silenciosamente entrou por baixo da porta. Como se não tivessem sido feitos para isso, abriu os olhos com dificuldade. Viu o envelope, em seguida se virou para Doce de Leite, Tudo bem, é uma aposta. Se este for mais um marido desconfiado esse será meu ultimo caso. Se não for, você ganha e eu continuo a trabalhar. Fechado, a gata apenas voltou a deitar sua cabeça nas patas, como se dissesse que nem se preocuparia com as chances de perder.
A aposta pesava em seus ombros, não outro motivo havia para tanto tempo se demorar sentado na mesa com o rosto nas mãos e o olhar no envelope. Levantou-se, ao seu peso e ao extra que carregava. Andou pesado até a porta e enquanto o ultimo raio de sol deixava de iluminar o branco do envelope, pegou-o nas mãos.
Enquanto caminhava de volta, agora mais leve, lia a mensagem escrita a ele. ‘Doca 23, Armazém 7’, Será que você foi um coelho em outra vida, foi sua despedida à sua amiga felina. Com toda a curiosidade e ansiedade que lhe foram ausentes nos últimos anos ele deixou o escritório e descia as escadas enquanto vestia o casaco.
De súbito, parou na porta que dava à rua. Na rua, agora um bloco de água se impunha a sua passagem. Chovia como há muito tempo não acontecia, chovia como se todas as nuvens da cidade estivessem disputando um espaço mínimo e enquanto se empurravam umas às outras derramavam toda a água que guardavam dentro de si sem critério algum. Levantou sua gola, afundou o chapéu na cabeça, respirou uma ultima vez a seco e ainda segurando as golas adentrou o ringue molhado.
Atingido por todos os golpes das nuvens, entrou no que parecia ser um bar. O Rajada de Bala. O dono, o velho barman era seu amigo de infância. Todo mundo tem um amigo que nasceu disposto a tomar um tiro por uma amizade, é algo conhecido a todos nós. Desnecessário dizer isso, o barman não morreria nem pela Mãe. Mas quando se tratava de informações, era a pessoa a se recorrer. Todos também temos um amigo que conhece todo tipo de gente e não importa o lugar, sempre tem alguém conhecido por perto. ESSE era o tipo do barman.
Na verdade o Rajada de Bala era uma grande coleção de amizades do dono. Pena que ele tinha muitas figuras repetidas: matadores de aluguel, capangas, guarda-costas, informantes, policiais corruptos e marginais recém-iniciados existiam aos montes. Ele tinha um grande chefão da máfia, um capitão da polícia e a sua figura mais rara: um político corrupto. Pena o barman não ter com quem trocar para completar sua coleção. Mas ele com certeza ganhava dos outros em quantidade, Ei, meu velho, Ei meu chapa, O de sempre, Não, estou aqui a trabalho hoje, Ah, quem foi dessa vez, aposto num marido, Não, dessa vez quero acreditar que a coisa é grande, eu tenho um endereço, você tem um nome, Coisa grande, gente famosa envolvida, Não, ainda não sei bem com o que estou lidando, eu te mostro o endereço que tenho, você me dá um nome?
O detetive encharcado tirou um pedaço de papel que bravamente lutou contra a umidade do casaco, perdeu, mas lutou bravamente. Agora estava ali repousando para sempre na mão gelada e enrugada do homem que o afogou, Meu chapa, eu não sei com o que você se envolveu, mas eu não vou te dar um nome, Meu velho, o que está acontecendo nessa cidade, Você não vai querer saber, aliás, nem deve saber, melhor voltar para seus casos de adultério, Obrigado, já ajudou muito.
Como se respeitasse a vontade do detetive a chuva agora havia passado. Restava agora apenas as nuvens negras passando em frente à Lua cheia apenas para deixá-la mais aterrorizante. Fumaça saía dos bueiros como se fosse coisa normal. Alguns gatos passeavam pelas beiradas dos prédios desafiando a gravidade e o acaso a acertarem-lhe as costas ao chão. Pela ultima vez naquele dia, o detetive levantou a gola e saiu andando.
Conferiu uma ultima vez o endereço, parecia que toda vez que tentava memorizar os números, eles batiam em sua testa e voltavam ao papel. Mas já não era mais preciso enjaulá-los em sua mente, o lugar era esse. A doca de número 23, no porto da cidade. Subiu lentamente cada degrau da escada ao lado de fora, escada essa que parecia ser infinita. Se a contagem de degraus do detetive estivesse correta, agora deveriam faltar só mais três degraus para chegar às nuvens. Felizmente para ele, antes de sua visão ser atrapalhada pelo negrume do céu, chegou até a janela que dava visão para dentro do galpão.
Dizer que o detetive não acreditava no que via seria uma inverdade, mais acertado seria dizer que ele queria não acreditar. De fato, se aquilo que viu não fosse realidade seria muito mais confortável para o bem estar dos seus nervos. Lá estava numa grande mesa o prefeito, alguns secretários, uns tantos empresários, grandes organizadores do crime e dúzias de assistentes respectivos. E ali do lado de fora, suando como nunca, um detetive.
Por alguns minutos, talvez não por opção, mas sim por não conseguir se mexer e correr dali, o detetive ouviu a conversa que se desenvolvia. Ouviu nomes, propostas, ameaças, acordos. Viu apertos de mão, saudações, dedos em riste, mãos ao alto, dedos acusadores. Queria ser surdo a continuar a ouvir tudo aquilo. Foi quando juntou todas as forças que encontrou no seu corpo, na sua força de vontade, na sua mente, nas suas lembranças e qualquer outro lugar do qual fosse dono, que o detetive esboçou um movimento de fugir dali. E eis que um rosto se virou para ele.
Era o secretário da segurança pública, o rosto era conhecido seu, afinal era o cargo maior da força da qual um dia ele já fez parte. Sorte a dele era de que o secretário não conhecia o seu, e mesmo que conhecesse o instinto da auto-preservação dos seres humanos pode nos assustar às vezes, o deste detetive o fez ser mais rápido do que um olhar e o tirou da vista de qualquer um dentro do armazém.
A passos largos desceu das alturas onde se encontrava até o chão, e desceria mais se o solo que toca seus pés lhe permitisse. Andou apressadamente sem olhar para trás em direção ao armazém. Nunca na vida tinha sentido tanto medo, tão ameaçado. Nenhuma visão de uma mulher e seu amante era tão opressora como a cena que tinha presenciado agora.
Só queria voltar para seu escritório e ficar a espera de mais um cônjuge desconfiado, afinal de contas ele era só um Detetive Amoroso.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

2º Desafio: Tanabata Matsuri (Yuki)

Contradição de uma festa (pt2)


Ayumi fez 59 anos. Era inverno, e o frio de tilintar os dentes viera a tona naquele dia. Era 7 de Julho de 1985. Era festa das estrelas. Naquele dia ela sentia algo diferente.

A noite que antecedeu aquele dia foi uma noite tranqüila. O céu estava estrelado como a 40 anos atrás. Era magnífico poder ver estrelas cadentes voar por entre as estrelas que ficama paradas, piscando levemente no céu. A aproximação do sol com a lua era tão suave que quase imperceptível a todos os anos que passaram, mas naquela noite as duas maiores estrelas do céu pareciam quase juntas.

Foi o que veio a tona. Ayumi sentia que algo muito maior estaria por vir!

Na festa do Tanabata, no dia seguinte, ela estava afoita. Era como se esperasse alguém. Estava sozinha. Não conseguiu construir uma família depois dos acontecimentos entre os imigrantes japoneses.

E não era pra menos. Em instantes viu de longe Haruo andando como se estivesse perdido. Ela ficou muito feliz. Haruo não mudara nada. Era jovem como era naquela época e estava tão eufórico como naquela vez.

Ayumi foi direto a ele quando percebeu que ele estava realmente jovem como naquela época. Percebeu que algo não poderia estar certo. Aquele não podia ser Haruo.

Aquele jovem olhou-a de repente. Perguntou rispidamente quem era. Ayumi respondeu, e pediu desculpas por confundi-lo com alguém que ela conheceu a muito tempo.

O jovem desculpou-se por ser rude e falou que alguém poderia se encaixar na descrição da senhora. Ele disse que seu avô era muito parecido com ele. Seu avô era Haruo.

As estrelas no céu realmente se aproximaram naquele dia. Mas não da forma como deveriam, mas sim como poderiam.

Uma pessoa uma vez me disse que não devemos nos prender no passado afim de perdermos o que temos a frente. O que se perdeu pode um dia se recuperar, mas olhemos para um futuro que pode ser tão grandioso quanto aquele que temos agora em mãos.

Ayumi sorriu depois daquele dia. Depois de viver mais 22 anos, teve sua partida muito feliz para algum lugar.

Sim, ela pode ser feliz.

2º Desafio: Tanabata Matsuri (Yuki)

Contradição de uma festa (pt1)


Era uma época complicada na história do mundo quando estes jovens se conheceram.

Ayumi era uma menina tímida. Com os trabalhos mais tensos da lavoura, arrumava tempo para se dedicar a estudos que fazia praticamente sozinha, em casa. Tinha nascido já no Brasil. Sua mãe veio ainda criança no primeiro navio, o Kasato Maru, em 1908. Ayumi nasceu 17 anos depois do primeiro navio da imigração. Agora com vinte anos, vivia a pressão da família para se casar.

Haruo era um trabalhador de primeira. Nunca deixou a lavoura sofrer qualquer falta. Sempre se dedicou em ajudar sua família. Seu pai estava muito fraco, sofria de tuberculose. Com aquela idade seria difícil sobreviver. Mas o fazia para o sofrimento dos filhos. Os pais de Haruo veio no primeiro navio também, se casaram pouco depois de chegar. Haruo nasceu 13 anos depois do casamento e era o terceiro filho do matrimônio.

Era o sétimo dia do sétimo mês do ano em que Ayumi e Haruo se encontraram pela primeira vez. Viviam no mesmo estado, em fazendas bem próximas. Naquele ano as festas entre os imigrantes nipônicos eram bem tensos. O Japão passava pela guerra, para os japoneses aqui no Brasil, o Japão seria um país vitorioso cheio de glória. Por conta disso, a pressão era grande, mas não impedia o Tanabata Matsuri completo. Ou melhor, o mais próximo possível do completo. Os imigrantes tinham dificuldades de fazer uma boa festa, faltava dinheiro para fazer algo realmente parecido com o que viveram no Japão.

Contudo, aquele Tanabata Matsuri vivia um momento especial. Foi a paixão a primeira vista entre Ayumi e Haruo. Eles jamais poderiam se sentir diferentes. A forma como viveram, como sofreram e como cresceram tornavam ambos feitos um para o outro. O brilho no olhar porém, era a única prova do sentimento que ali nascia. E foi embaixo de uma das 8 bolas de papel que simbolizava as estrelas do céu. Era a estrela branca. Estava encardida por causa da poeira do solo brasileiro, mas naquele momento, aquela esfera de papel brilhava mais que qualquer estrela poderia brilhar.

No dia seguinte ao momento que só se manteve por uma troca de olhares e rápidas palavras, Ayumi acorda em sua casa. Lembrava com carinho daquele momento no dia anterior. Haruo não conseguiria fazer diferente. Sua mente só lembrava de Ayumi.

Com essa lembrança ambos não poderiam fazer diferente. Se encontraram uma vez depois na cidade para compra de alguns produtos. A partir deste dia se encontravam sempre. Passaram quase um ano assim. Quase sempre juntos. As responsabilidades de ambos já não eram mais com o campo. As famílias já pensavam num casamento.

Em abril do ano seguinte, em 1945, houve a notícia que mudou tudo. O imperador japonês anunciava já em junho que o Japão perdeu a guerra. Aquilo abalou os japoneses no Brasil. Algumas famílias compreenderam, outras não. Não aceitava que o país glorioso como o Japão perdera a guerra.

A sociedade se dividiu. Os japoneses daqui que não acreditavam na derrota do Japão, os Kachigumi’s chegaram a perseguir os que acreditaram, os Makegumi’s. Infleizmente a família de Ayumi era Kachigumi. Seu pai chegou a ameaçar a mãe de Haruo.

Para o sofrimento do casal, a guerra que antes assolava o mundo se resumiu em assolar o pequeno número de imigrantes que ali viviam. Para o sofrimento de Haruo e Ayumi, eles tiveram de se separar. A família de Haruo fugiu, indo para um lugar muito mais distante. Fez isso para o bem de sua família. Tinha que proteger a todos, já que nenhum de seus irmãos se dispuseram a liderar a família e proteger a todos. Não podiam contar com seu pai, que um dia foi vivo.

O brilho dos olhos de Ayumi se fora, e nunca as recuperou desde então.

domingo, 13 de julho de 2008

Novidades Sketch

Senhoras e senhores, caros leitores.

Aqui é o Yuki de novo. De volta para falar um pouco sobre as semanas que passaram. O SketchBlog está em sua terceira semana e venho com novidades.

A partir de hoje, este blog passa a mostrar um pouco mais do que somos. Faremos alguns textos sobre nossas referências, nossos gostos. Falaremos sobre o que temos visto no mundo que servem como referências para nossos trabalhos. Então vai um pouco sobre filmes, livros, quadrinhos e etc. São pequenas críticas e etc. Um exercício extra para podermos exergar mais a fundo nossos próprios trabalhos. E contamos com auxílio de você, leitor, para avançarmos mais firme.

Além disso acabamos de abrir o espaço SketchTrash. Uma linha paralela ao SketchBlog. Lá colocaremos quase a mesma coisa que aqui, porém com muito mais irreverência. São comentários engraçados sobre nossas referências e etc. Nossos gostos e muito mais estarão expostos com brincadeiras ali!

No SketchTrash teremos outras novidades, mas aí fica para vocês derem uma olhada depois!

Logo teremos outras novidades aqui também.


Um abraço forte!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Amanhã vem rápido demais

Era meia noite. Estava frio naquele navio. Ventos sopravam melodias que resfriavam a mais quente das espinhas.

Um senhor sentado a janela cantava junto dos ventos. Deixava sua voz correr paralelo
às linhas invisíveis do frio. Era a ode allegro aos deuses nórdicos.

Era uma canção de paz. Ao menos uma vez era paz na terra.

Os olhos de uma criança brilharam ao ver o velho senhor, sentado e apoiado sobre sua bengala. A criança muito esperta, perguntou ao senhor:

- Senhor. Qual música é essa que o senhor está cantando?

- Não é música, meu filho, é um último suspiro antes de ir deitar. A muito tempo não canto uma verdadeira canção. Minha voz se fora quando libertei a juventude de meu corpo e passei de um corpo como o seu ao meu decrépito experiente da vida.

- Senhor, seu suspiro é muito bonito!

- Quantos anos tem, pequena criatura?

- 8!

- Há ainda muito de aprender! Mas do que tenho, só posso deixar um ensinamento. Jamais deixe de ser o jovem que é, Nunca esqueça de brincar e sorrir! Sempre!

- Senhor, tudo bem, mas... então como serei rico?

A pressa não tem preço

Olhos bufantes, ao caminhar dos navegantes
Era o ócio do esguio, andante radiante adiante
Se era pro próximo a correr, por deixar-te
Dos tripulantes era o rápido mais distante

A pressa não tem preço, não tem apresso
Faz correr quem teme, quem tem coragem
Faz ir adiante quem não pensa em caminhar
Faz que faz dizer algo, mas é dissonante

A pressa não tem apresso, tem peso
faz caminhar a frente dos olhos bufantes
Faz do ócio o sócio do andante que segue
Radiante a correr deixa-te adiante
Dos tripulantes o mais próximo a perecer

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Refúgio dos alucinadores

Olhou no relógio. Viu que faltava exatamente 23 minutos. Não se desesperava porque estava muito próximo de seu destino.

Era assim a vida de João. Este que era brasileiro, se dizia ser ao menos. Se interessava por futebol, mulheres cerveja. Um cidadão comum. Porém aos olhos de muitos era um rapaz muito organizado e reservado.

Como todo bom brasileiro, ia aos botecos no meio da noite. Se enchia da loirinha e voltava pra casa aos soluços na madrugada. Esse era João.

João gostava de caminhar. Não tinha escolha porque carro é luxo de poucos, menos em São Paulo que vive lotada de carros. Comia o bom prato feito durante o almoço e o bom zoião na janta.

Enfim era um rapaz comum da classe comum do Brasil. Era solitário por vezes, era muito bem acompanhado por outras. Era o que fosse, mas nunca deixou de ser João.

Ao meio dia, a 23 minutos de seu compromisso, João se viu em uma situação irreal. Nunca viu algo como aquilo. Uma luz tão intensa quanto o sol pousou sobre sua testa e se apagou.

Uma coisa como aquela deveria ser vista por todos a sua volta, mas João percebeu que ninguém vira o acontecimento. Então João, perplexo, ignorou e seguiu com seu caminhar. Ao olhar novamente ao relógio, viu que faltava agora para seu compromisso exatamente 45 minutos. Fato que jamais poderia entender.

- Como raios isso aconteceu? Meu relógio quebrou?

Todo o tipo de pensamento encheu sua mente. Seus olhos fitaram o céu por um longo tempo quando de repente um flash passou por seus olhos e tudo estava mais claro.

Ele viu alienígenas. Sim! Ele viu alienígenas, daqueles cabeçudos com grande olhos e corpos magros e pequenos. Imaginou todo o tipo de coisa, e o jogaram um dia depois do fato, com um pequeno erro em seu relógio.

Houve uma cirurgia. Sim, houve uma cirurgia. Ele mau conseguia ver os cirurgiões, via tudo embaçado, com uma luz intensa em seus olhos. Via grandes cabeças, ouvia sons ininteligíveis e sons de metais batendo. O tilintar do medo que se escorreu por sua espinha.

Naquele dia, esperou os 45 minutos e a pessoa quem esperava não chegou, cumprindo os fatos que passavam por sua cabeça. Ele ligou para a pessoa. Era uma mulher, com a voz suave e elegante. Era Joana, uma moça da pacata cidade de Nova Hamburgo, chegara em São Paulo a pouco.
- Joana, por que você não veio? (perguntava João, disfarçando o acontecimento)
- Como assim? Combinamos nos ver amanhã! Você está tão desesperado para me ver assim?

João não mais soltou uma palavra. Largou o telefone. Perplexo com a situação, não sabia a quem pedir ajuda. Correu pela porta de casa, pulou feito louco. Berrava aos céus “porque eu”.

De repente em sua direção vinha a luz novamente, desta vez milhões de vezes maior e muito mais forte. João fechou os olhos e quando as reabriu...

... ele estava em sua cama. Mais uma noite sem aqueles remédios.
- Quanto tempo mais? Quanto tempo mais?

João se perguntava porque já não queria mais ser igual a todo mundo na Terra.

Pra quem não sabe quem amar

Não há conceito de mau amado
Nunca acariciado, beijado
Sempre hesitante caráter do bem querer

O romântico é pródigo
É sempre esperado,
Nunca encontrado

O cafajeste é pilantra
Desejado estar longe
Mas sempre ao lado

O amor sensual nunca é demais
Mas sempre tem gostinho de sobra
E quando se vai sempre se quer mais

Não há palavras ao que se vem
Não se sabe o que se tem
Só se sabe se quer bem

Quando se sabe que quer
Nunca é demais ter
O difícil é manter

Será que as dúvidas sempre estarão no seu saber?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cafe Noir (peça em 1 ato)



(a cortina se abre, e só é possível visualizar uma porta)
”TOC TOC”
(a luz de um abajur na extremidade oposta do palco se acende.
Um homem levanta da cama, de pijamas. Apreensivo, coça cabeça, preocupado...hesita. E finalmente vai ver quem é.)

Homem: Q-Quem...quem é?


(a voz atrás da porta)

A morte!

Homem: ( perplexo...pensando não ter ouvido)
Quem!?

Morte:(impaciente...)
Ora essa...a indesejada da gente...a coisa ruim... que levará você dessa para melhor..........ou não.

Homem: Caramba! Agora estou a ouvir coisas! Estou ficando esquizofrênico!

(Desacreditado...corre para um prateleira cheia de remédios e comprimidos)

Morte:
Não adianta mais...pode tomar o quanto quiser...seus dias já foram contabilizados, é só você passar no caixa.
Vamos abra logo...esta frio aqui fora...não me obrigue a pular a janela...minhas costas estão me matando,


Homem: Calma calma....acho que podemos negociar...(respira fundo e abre a porta...surpreende-se com o rapaz magro de cabelos negros, vestido de preto que entra cheio de papeis, desorganizado.)

(apertam as mãos)

Morte: Que mão fria!!!

Homem:...a morte!? Você é a temida morte!?

Morte: sem piadas..sim...sei que não sou quem você esperava...se é que esperava....
Mas não torne isso pior, ainda tenho que levar mais três ao barco antes de bater meu cartão para a janta!

Homem:Mas me diz, como isso foi acontecer?

Morte: Ora não precisa de muito para morrer...basta estar vivo...
(pega uma prancheta e um lápis...começa a preencher um formulário...enquanto o homem ainda dialoga...)

Homem: Mas...mas...eu tomei meus remédios...todos...sempre me preveni..e essa agora!?

Morte: Exatamente por isso...tomou remédios demais...você é hipocondríaco, excesso de precaução não faz bem à saúde....

Homem: Não sou hipocondríaco...tomo remédio há anos contra hipocondrismo!

Morte: Ora vamos..não é tão ruim assim...a terra dos pés juntos é bem bonita no inverno...e alias não tem mais volta....você já esta morto!

(luz se acende em outra parte do palco, revelando um corpo...)

Homem: AH! O q-que...quem é esse cara gordo e sujo...caído ali...!?

Morte: creio que seja você...

homem: Não tem mais jeito mesmo!?? Me de alguns dias...preciso terminar meu quebra cabeça(corre para a mesa e pega algumas peças do quebra cabeça..desesperado)...5000 peças!...estou na metade, (olha para o quebra cabeça) não consigo achar as peças para as orelhinhas do ursinho Veloz...

Morte: (de saco cheio)...
deixa ver..(folheia seu bloco de folhas)..ahh..sim...bom..posso te dar mais alguns dias sim...amanhã vc acordará e não se lembrará de nada
(homem fica empolgado ao ver a morte juntar suas coisas e dirigir-se a porta)....Volto em 3 dias...


Homem: maas...

Morte: você será pego de surpresa por um tarado na semana que vem...e depois de fazer coisas com você te estrangulará..

Homem: Oh não! Não me dou bem com tarados...
....mas se você esta me contando não será surpresa

Morte:
Acredite... será uma GRANDE surpresa!

Homem
(coloca as mãos na cabeça..desiludido)
a viagem é longa!? Acha melhor eu comer alguma coisa?
estou morrendo de fome...com o perdão do trocadilho.

Morte:
Você é quem sabe...eu adoraria um café...já que me perguntou...
agora assine aqui...
(lhe direciona a prancheta)
aqui...
(aponta para um pedaço do papel)
e aqui...
Pronto... esse é seu recibo, entregue assim que descer do barco, sim!?

homem:
Mas como!? Que barco!? Irei para o céu ou para o Inferno!?

Morte:
Não acredite em tudo que vê por aí garotão, você vai para um lugar onde há whiskys, garotas, carros e boates...
(deixa o café fazendo)
Homem:
M-mas é o paraíso!!!

Morte:
...haverá também brigas de bar, policiais corruptos, políticos ladrões, garotas de programa, assaltos, e tudo mais...

Homem:
Mas não tem nada de diferente daqui!...é o inferno!

Morte:
Se você chama assim...
Quando Dante resolveu tomar as rédeas do projeto de revitalização, tudo ficou pior, aumentou a burocracia. Só piorou!

...o pior é que votei nele.

Homem:
E você é a responsável por levar o povo para lá?

Morte:
Um dos responsáveis, somos em muitos, fui promovido a pouco tempo, ainda estou pegando o jeito.

Homem:
O que você fazia antes?

Morte:
Eu fazia parte de um partido adventista...que lutava contra o banditismo celestial.

Homem: O q-que...como!?



Morte: Resolvia algumas brigas de vizinhos, brigas de bar, pequenos furtos, mas principalmente tentava expulsar os proprietários ilegais de terrenos.

Homem: Proprietários ilegais!?


Morte: Sim, uns engraçadinhos suicidas, entravam em uma dessas igrejas e compravam um lugar no céu com cheque sem fundo!
E morriam antes do cheque voltar.

Homem:
Marxistas safados!

Morte: Pois é, e eles se recusam a sair!
Dizem que não tinham nem onde cair morto...literalmente.

Homem: Que loucura!

Morte: Sim sim, é um trabalho difícil, principalmente pela carga horária, o bom é que o convenio cobria tratamento dentário.
Bom agora vamos...

TRINNNN( a cafeteira apita)
Homem:
Não antes de um café.

Morte:
Hum..irrecusável.

(enquanto tomam café, encostam-se na bancada da cozinha)

Morte: E como vão os testes com supositório!?

Homem: Como sabe dos meu emprego!??

Morte: OOOra, vamos, sua vida é acompanhada em uma revista PULP, todos acham que é ficção...devido a superficialidade.


Homem: Essa é nova!...agora sou personagem de uma pornochanchada..


Morte:
Vai dizer que sua vida é mais que isso?!

Homem: Ora...essa agora...

Morte:
Há, não sabe quem eu encontrei semana passada.

Homem: ?

Morte:
Bella. Lembra-se? Aquela brunete que você colocou uns chifres...

Homem: Ora..não venha com essa...nunca fui Infiel...claro que talvez tenha saído uma vez ou outra com algumas garçonetes...balconistas, dançarinas...mas nunca fiz mal algum a Bella, sempre fui fiel ao seu amor. Sempre tomei cuidado para que ela nunca descobrisse nada, e não machucasse seu pobre coração.

Morte: Ora...não me fale de amor...estou cansado disso, vocês inventaram o adultério para realçar seus amores e criaram o amor para que seus adultérios fossem justificados.......

(perplexo)
Homem: Não é bem por aí...jamais fiz mal algum Para Bella

Morte: ...Pelo menos você pode dormir tranqüilo, ela também fez tudo muito bem feito, você nunca desconfiou de nada...hahá!
Agora vamos...

Homem: O-q- que!? Bella!? Infiel!!?

Morte: Não não...ela nunca foi infiel...sempre te amou, talvez tenha saído com algum garçom ou devo dizer...garçons...foi uma festa e tanto! Uma loucura!
Mas ao seu modo de vista, nunca lhe traiu... Isso eu garanto!
Vamos logo...

Homem: (Perplexo) vamos... Vamos... Estou de pijamas ainda! Preciso colocar meu terno e minha gravata nova...

Morte:
Acredite, no seu barco não vai gente muito bonita...
A começar por uma mãe de santo... Que teve sua maternidade negada por todos os santos que conheço...

Homem: Levo roupas extras!?

Morte:
”VAMOS!”

Homem: Opa..desculpe...posso apenas deixar um bilhete para meu irmão!?

(Morte pensa...)

Homem: Ora,vamos...ele vem de longe!
Morte: Hum, ok!...Mas seja breve!

”JOTAPÊ.
PROVAVELMENTE JÁ DEVE TER SE DEPARADO COM MEU CORPO EM ALGUM CANTO DA CASA.
VOCÊ TINHA RAZÃO QUANDO DISSE QUE OS REMÉDIOS ME FAZIAM MAL(INCLUSIVE AQUELES QUE ME FARIAM PARAR DE TOMAR REMÉDIOS)

OBRIGADO..

FIQUE TRANQUILO QUE COMPREI MEU LUGAR NO CEU A VISTA, E ESPERO EM BREVE SUA VISITA.
ABRAÇO
S FRATERNAIS

PS: FALANDO NISSO...HÁ PRESUNTO NA GELADEIRA, SIRVA-SE A VONTADE.”

(A cortina se fecha)





sábado, 5 de julho de 2008

Noir de alucinação

Caminhava na rua escura, iluminada apenas por alguns postes. A maioria das lâmpadas estavam quebradas. Murmúrios e gemidos se estendiam por todos os becos que ali se recostavam. Tudo isso porém não atingia minha mente, enquanto me escondia em baixo de meu chapéu negro.

Nunca entendi porque caminhava, mas era de meu gosto, então eu caminhava. Isso era para fugir de minha escrivaninha, em meu quarto, que ficava esperando uma matéria cair em meu colo.

O jornalismo sempre foi a minha paixão, o meu talento. Mas depois que ganhei uma boa grana, o suficiente para poder trabalhar em casa, eu parei de trabalhar com vontade. Já não havia mais motivação, afinal das contas, não precisava mais daquilo.

Já que nada iria escrever mesmo, pegava meu sobretudo fino, esse que gostava de chamar assim, porque na verdade era apenas uma capa de chuva preta, o meu chapéu e independente do que estava vestindo, botava aquilo tudo e metia o pé na rua para caminhar até cansar, deixando o destino jogar a minha frente o que tivesse que vir.

Então caminhando pela escura rua vi debaixo de um outro foco de luz um casal. Acreditei ser um casal de namorados. Mas mais próximo que chegava percebi que era um homem qualquer e uma puta sem caráter. Repugnei os dois, um por ostentar aquela rodela dourada em volta de seu dedo, outra por estar suja, mascarando as marcas da vida com uma grossa camada de químicos estranhos e coloridos. Um por representar uma casta da sociedade que se diz ser a nobreza do povo, e outra por se dizer uma sem oportunidades.

Caminhava por entre os automóveis de ferro pesado. Aquelas carangas pareciam não querer correr, mas se mostravam a postos as maiores corridas, a superar os cavalos, ao menor dos sinais do som de partida.

Depois de cenas assim me senti na obrigação de sair daquele lugar, que não me enojava, mas que me davam um arrepio quase único de solidão, quando me deparei com uma loira fumante. Ela que ao soprar aquele aroma de tabaco queimado cuspiu as palavras “está sozinho, amor?”.

Naquele momento lembrei daquele casal debaixo do poste e me enojei quase que subitamente, dizendo que estava só sim, mas que não estava preparado para um programa. Raivosamente a moça retira a peruca loira, me pega pelo ombro do casaco longo e me joga contra a parede berrando:

- Como assim? Pra que então me fez vestir esta roupa de puta e ficar te esperando na rua a esta hora? Suas fantasias te fazem viajar para outro mundo, seu filho da puta! Pode se preparar para assinar o divórcio porque essa foi a gota d’água!

E foi assim que perdi a esposa que quase amei. Graças à náusea da imagem que vi momentos antes me fez ver que estava no caminho da sociedade errada.

Virei então, mendigo a procura de prostitutas.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Era uma tarde chuvosa para andar a cavalo.

Nunca estive tão calmo em meus pensamentos. Apesar da barulho daquele lugar, me resumia em meu copo de whisky e meu chapéu empoeirado.

Lembrava do último minuto em que estive de olhos rápidos. O minuto que valia minha vida. O minuto que fui mais rápido que o projétil que rasgou o vento e cortou a pele da lateral de meu rosto.

Nunca senti tanto medo na minha vida, nunca me senti tão vivo também.

Voltava a meu próprio ser quando ouvia os berros de jogadores com cartas nas mangas. Paguei a bebida com moedas sofridas e fui para fora. O cavalo que me esperava, o meu corcel marrom, aguardava quieto com os laços bem amarrados. Impaciente, pequenos saltos com as patas da frente, o cavalo fitou me até a minha chegada ao seu lombo cansado.

Montado firme e forte, passei a cavalgar pelo deserto a frente. Ninguém pra fora das casas, dos bordéis ou algo assim. O ar estava parado. Nem o feno ousava cruzar minha visão.

De repente pequenas gotas tocavam a nuca do corcel, quando ele passou a voar pela secura do deserto.

A água não deveria ser tão gélida em um deserto como aquele. Sob aquele sol e água, o cavalo não parava nem por um minuto. Foi quando em um estrondoso som, aquele cavalo levanta sobre duas patas lançando-me ao chão.

Uma queda simples que não deveria machucar. Um passo em falso do cavalo partiu minha coluna em pedaços. Não mais levantaria dali, até receber ajuda. Em meio à água e areia, a terra que logo viraria lama fiquei. Fiquei até perecer.

Aquele tiro que acertei muito sem querer não é glória. Mas pelo menos é o feito em que posso me orgulhar até a minha morte.

Nem um feito é tão pequeno que não se possa orgulhar, antes que seja tarde.

Os sonhos que armam, arranham, mas sem eles...

Por tempos novos me vi cair em uma armadilha. Era uma armadilha muito bem armada e preparada por quem melhor me conhece. Por uma pessoa que alguém nunca chegará perto de conhecer.

Pelos passos que fui seguindo, algo me fez sentir que poderia correr! E essa confiança assim me dada foi tão grande e tão forte, que meus passos alargaram muito mais que minhas pernas poderiam fazer. Aconteceu mais de uma vez, e por mais que aprenda a lição, acabo por errar novamente.

Entendo que aprender algumas vezes chega a ser necessário "tomar porrada". E quando aprender de porrada de si mesmo? Será que estamos em um conjunto de pensamentos aflitos da perdição? Será que não podemos contornar todos os erros e manter acertos em eterno looping?

Quando meus sonhos parecem a minha frente para realizar, corro tanto que acabo passando dele, e quando volto para realizar, ele vai embora.

Hoje sei, mas não sei administrar ainda. Quando nosso sonho está em nossa frente, vamos nos esgueirar, nos esconder para pegá-lo quando ele estiver desprevenido. Como uma leoa faz com sua presa.

Nada é impossível. Porém nada chega fácil como se você não tivesse de fazer por merecer.

Um dia talvez isso pode acontecer, mas até isso acontecer muitos espertos teriam de sumir para não ser espertos contra outros espertos.

A selva é tão selvagem quanto você possa imaginar.
Mas sem a selva....

terça-feira, 1 de julho de 2008

2º desafio: Tanabata Matsuri

Senhoras e senhores, queridos leitores.

Bem como sabemos, a proposta inicial neste blog era mostrar textos livres que fossem um exercício, tanto para nós como escritores e/ou desenhistas, quanto para vocês como leitores. São textos diferentes com diferentes tipos de referência. O desafio desta semana está sendo postado por eu, Yuki, por dificuldades técnicas dos outros integrantes no momento. Votado que o primeiro desafio não foi bem um desafio, segue este então como o Primeiro Grande desafio.

O tema desta semana é Tanabata Matsuri. Isso, além da comemoração da festa que ocorrerá nos dias 12 e 13 de julho deste ano (festa que já está chegando e ocorrerá no bairro da Liberdade em São Paulo), vai em comemoração ao Centenário da imigração japonesa neste ano. Nossa contribuição.

Para isso vou contar um pouco da história do Tanabata Matsuri.

A tradução de Tanabata Matsuri é Festival das estrelas (Matsuri = Festival e Tanabata = Estrelas). É uma comemoração que deveria ser comemorado no sétimo dia do sétimo mês do ano.

Essa comemoração ocorre por causa da aproximação das duas maiores estrelas do céu: o Sol e a Lua. É uma festa originária de Okinawa.

Tudo isso surgiu de uma lenda que fala sobre amor.

A lenda é assim:

For long time ago. In a galaxy far, far away....

Orihime era uma princesa que vivia bem longe nas estrelas. Junto a ela vivia seu pai, o Tenkou, o Senhor Celestial.

Certo dia Tenkou apresentou à sua filha um belo rapaz chamado Kengyu. Acreditava-se que pela beleza dos dois formariam um belo casal.

O casal se apaixonou fortemente e deixaram seus afazeres para ficarem juntos. Kengyu largou seu pasto e a princesa Orihime deixou de tecer.

Inconformado com a irresponsabilidade do casal, Tenkou os separou enviando os dois para lados opostos da Via-Láctea.

Tenkou viu que a separação causou um forte sofrimento e dor para os dois. Por conta disso permitiu que os dois se encontrassem uma vez ao ano. Porém, ambos deveriam atravessar a Via-Láctea por conta própria.

Orihime, determinada a encontrar seu amor, tece o ano todo um véu que a ajudaria a atravessar a Via-Láctea inteira para reencontrar seu amado. Este reencontro acontece no sétimo dia do sétimo mês do ano. É o dia em que todos, em nome deste amor, fazem pedidos que o casal deve atender do povo da Terra.

Esta é a fábula do Tanabata. Esta fábula foi retirada de um livro infantil que tenho de quando estudava japonês. Espero que gostem do que virá dos criativos deste blog.

Aliás, apesar de termos o tema, podemos escrever tudo que possa envolver o tema. Se a criatividade permitir vai até romance policial!


Bom, tema enviado. Boa sorte para nós!

Uma abraço maluco doido. Tchau!


domingo, 29 de junho de 2008

1º desafio: quem somos? - Lipera

Hi, My Name is.... (by Eminem)

Falar sobre si mesmo é sempre complicado, mas não é tão difícil quanto parece.

Disseram-me que nessas horas, o importante é deixar de pensar e simplesmente escrever.

So here we go!!!

Meu nome é Luís, mas poucos me chamam pelo meu nome. Quase todos me conhecem pelo meu apelido: Lipera (não, não sei o significado, mas é um apelido que tenho desde a infância e parece ter dado certo hehehehehe).

Apesar de todo o contexto maldoso ligado ao termo “nerd”, me considero SIM um “neonerd”. Gosto de livros, quadrinhos, games, cinema, TV e outros aspectos da cultura pop, além de esportes, tecnologia e ficar conversando sobre qualquer coisa.

Adoro a minha mãe, tenho saudades do meu pai e odeio meus irmãos. Sou galego (loiro dos olhos azuis), não sou “atlético”, mas sou esforçado hahahahaaha

Estou a completar o curso de jornalismo. Entretanto, não sei se é essa a carreira que quero seguir na minha vida... o que as vezes me frustra. Estou em um momento complicado, mudando de casa, de cidade... Aos 21 anos, vivo na transição do adolescente para a vida adulta.

Para o primeiro desafio ta bom né??

Sem filosofias e embromações desnecessárias.

Isso é o que sou, me esforço pra ser e pretendo me tornar.

Até a próxima,


See you in the other side!!!!

sábado, 28 de junho de 2008

Uma noite quente no volante

Ainda dirigia. Era tarde da noite quando dirigia.

Enquanto as pessoas lutavam umas contra as outras em um épico que não usa as mãos para conseguir caminhar, beber e conversar, voava com pneus no chão apenas um cara.

E esse era eu mesmo. Que depois de uma noite cheia de percalços, com briga, pseudo narcóticos que vão contra pseudo leis, andava eu pela cidade. Era um dia de fúria, de stress que passou e agora só a calmaria nas ruas me fazia feliz.

Dirigi por um tempo a fio. Baixei a janela e permiti que o som do vento atingisse meus tímpanos. Coloquei o rosto para fora, fechando os olhos e deixando o vento bater em minha testa quente.

Foi por causa de uma briga, sim. Não devia mexer com aquela Brunette de peitos fartos sem ver que em seu dedo ostentava um anel largo e dourado. Não devia ter deixado passar da minha conta, aqueles números a mais de copos, porta copos e garrafas sobre minha mesa.

Estava sozinho. A cidade também, o vento gélido que refrescava minha cabeça e eu, corríamos em lados opostos porém paralelos sobre aquelas ruas vazias. Para mim, nunca foi tão gostoso fazer aquelas curvas e acompanhar o vento ao meu lado.

E não é para menos. Passei o dia, ou melhor, a semana querendo que aquele negócio acabasse. Cheguei a torcer para ser demitido. Que fora é aquele? O fato de ter capacidade de fazer melhor não tirou a quantidade de trabalho que aquele palhaço colocou em minhas costas! O que você queria? Que eu mudasse toda a minha agenda pra fazer o trabalho a mais? Isso é problema dele.

Me acompanhava naquele momento apenas o som do meu carro. A troca de marcha, a aceleração, a música que saía daquele cd velho e riscado para as caixas de som da porta do carro. Tinha a absoluta certeza. Eu era o rei daquele asfalto.

Já cansado dessa rotina imbecil, ainda aturo aquela mulher que me espera sob o teto que paguei os rins para comprar. Porque ela não é, simplesmente, aquela mulher com quem namorei?

Apenas contava as luzes que passavam translúcidas pelas minhas pálpebras. Apenas contava os giros no motor. Apenas contava os quilômetros rodados. Naquele momento não pensava em nada. E não era pra menos. Foi um árduo trabalho, repudio e ignorante viver até aqui.

Foi assim mesmo. Viver até aqui foi árduo mesmo. Reclamei a tempo sem fim, sobre o que tinha de melhor e que tinha lutado para conquistar. Se aquilo pelo que lutei não era a felicidade que procurei...

...porque lutei!

Nota do autor: Eu odeio ter de admitir. Mas sou um reclamão às alturas do Himalaia. E se pelo que estou lutando é o que estou reclamando... ta na hora de mudar!

Me toquei nisso a pouco.

Desculpa Gravata, meu diagrama de stress ta baixando em ritmo acelerado!

Sobre a nova caverna

Dizia que era maluco. Diziam que ele era incompreendido. De tanto, não era pra menos. Ele era um mendigo, jogado à sarjeta, pedindo compreensão de um mundo que não sabia que via.

Foi assim para o Escolhido, como se auto proclamava. Vivia a caminho de um lugar que desconhecia, mas que fazia questão de saber que conhecia. Uma porque, saber torna o que se quer saber em uma verdade.

Por tanto tempo caminhou, andou sobre rua, asfalto, calçada, terra, grama; andou debaixo de chuva, de sol, do céu estrelado / nublado; andou descalço, calçado, a pé, arrastado. Assim o fez por anos a fio, sem querer que algo em sua vida realmente mudasse.

Não! Não era medo. Nem coragem. Não era opção. Era falta de opção. Suas certezas em saber que o mundo onde vivia não era um lugar para si o tornou firme e forte em sua própria luta. Era o que diziam quem podia entender a razão de sua luta em se manter em seu lugar.

Essa era a vida do Escolhido. Por anos a fio a caminho de uma realidade que pudesse aceitar.

Um dia como outro qualquer, a procura do que manter seu estômago como seu amigo, não empunhalando-o com a dor do vazio, ele, relutante ao cheiro azedo que exalava aquele pão de um dia que foi rotina de alguém, revirava os sacos pretos espalhados pelas calçadas de uma cidade cinzenta.

A luz se fez na frente do escolhido quando a pálida face se congelara ao fitá-lo. Era um engravatado. Um inimigo ao qual este flagelo cinzento sempre temeu, e que fugiu até atingir aquele escuro lugar chamado solidão.

Este austero senhor de gravata com listras vermelho e azul estendia a mão em direção do caído homem, deitado sobre os sacos fétidos. O Escolhido distribuía tremidas e palmadas naquela mão limpa. Dizia que não. Que não sairia daquele lugar, por mais difícil que fosse se manter naquele absurdo. Então a resposta foi um simples “não se estrague neste imundo beco quando seu conhecimento, por mais belo e único, pode ser guardado num livro de capa de couro. Não se jogue num lugar tão escuro onde pessoas que não olhariam para você olharão com desgosto e pena”

E assim foi o caminho ao que se pode chamar um dia de....

...

...é melhor que fique ao acaso do futuro.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Expresso Animalia



Era mais um dia naquela mesma estação.

Como sempre, não prestei atenção à melodia do berrante,e fui pego desprevenido pela manada que, desajeitadamente, adentrou o vagão. Impelido para dentro do trem, tratei de me recostar na parede oposta a fim de dar espaço para que os ratos de laboratório cumprissem suas tarefas: correr ao sinal de abrir portas, utilizar de toda sua força para conseguir o assento vago (é a lei da selva, os mais aptos é que ficam sentados), empurrar, pisotear, mulheres e crianças por último, os idosos sempre ficam no caminho (e ainda querem assentos reservados!) e por aí vai...

Somos mesmo muito parecidos com esses camundongos que foram condicionados para correr pelo labirinto, em troca do queijo...
.... só acho uma pena não ganharmos queijo. Eu adoro queijo!

Enquanto pensava sobre o ritual burlesco que observava todas as manhãs, peguei meu caderninho de rabiscos, como de costume, e comecei a desenhar as caricatas, para não dizer grotescas, figuras do trem. O trabalhador cansado, o vendedor ambulante, o casal apaixonado, o casal brigando, o gordo demais, o magro demais, o mendigo...ah! O mendigo. Chamou-me atenção o fato da clareira em meio aquela selva fechada de pessoas, o mendigo no centro era o motivo da repudia dos outros, os bancos ao seu redor, todos vazios... Houve quem preferiu ficar em pé... Dizem que pelo fato dele cheirar mal. Fiquei pensando, e acho que talvez isso se deva ao fato de não conseguirmos sentir nosso próprio cheiro. O vizinho sempre exalará um odor pior.


Distraído, não percebi que chegara a hora de eu descer. A placa – SAÍDA MANTENHA-SE A DIREITA - tornou-se invisível aos olhos de uma multidão enfurecida que se aglomerou junto à porta.
Enquanto o trem diminuía a velocidade, meus olhos fixaram-se na escada na plataforma da estação, e quando a porta abriu, sai correndo, como todo mundo, não sei explicar o porquê...

...só sei que queria sair logo dali.

la musique de ma vie

Posso dizer que a música sempre está em minha vida! Sempre gostei de tocar um bom violão, fazer poderosos acordes na minha guitarra, sons calmos com a minha flauta. Tenho uma harpa japonesa com o nome de Taishô Kotô.
Gosto também a suavidade das formas destes instrumentos, das cores que nelas estão empregadas. A simplicidade da forma indica uma engenharia muito complicada para fazer com que o som seja audível.
Quis retratar isso em algumas fotos. A muito tempo atrás fui aspirante a fotógrafo... mas esse sonho foi mais um orgasmo de aprendizado que um material fixo em minha mente. Não deixo de ter em mente aperfeiçoar minhas técnicas na fotografia, pois gosto. Só não morro de amores.
Ao menos espero agradar nessa arte.





Um belo contraste neste post dizer que tenho um instrumento totalmente japonês e colocar um título em francês.

Só mais uma palavra:

Desculpe qualquer coisa....

Ah, a câmera que utilizei foi uma digital bem ruim da Sony. Um dia posto as fotos que saíram de minha Reflex da Canon.

Um abraço!

Orkuticídio

A pouco tempo cometi o que alguns podem considerar um suicídio!
Sim, passei por uma barreira que estava difícil de passar.

Era uma vez um lugar cheio de pessoas sociáveis ao máximo. Aquela que por essas vias falavam aos cotovelos, sobre a vida que passaram juntos, sobre as coisas que passarão... sobre tudo.
Foi também um ligar cheio de lembranças com pessoas que um dia passaram por sua vida como amigas, como colegas, como pessoas; passaram, mas realmente passaram.

Hoje o lugar está imundo. Cheio de espiões da vida alheia. Cheia de propaganda invasiva.

Passei a vida em boa parte da vida do próprio ambiente. Um dia estive para ter contato com pessoas que amava, e pessoas que amei. Encontrava pessoas de mesmo gosto e etc.

A tempos já não fazia isso. Encontrar pessoas para uma boa conversa e etc. A tentativa de um reencontro é quase sempre frustrada. O brilho de pessoas que se gostam de verdade não tem valor quando não for dito olho por olho.

Quando notei isso já era tarde. O maior espaço social brasileiro estava lotado de coisas ruins. Tinha que entrar periodicamente para retirar spams de minha caixa de mensagem. Tinha que entrar para ver mensagens importantes. Tinha que fugir de espiões que queriam saber de minha vida apenas para invejar ou algo assim.

Não espere resposta de um lugar assim. Quando se gosta de alguém espera-se mais que simples palavras digitadas. Já perceberam o quanto textos escritos por esses lugares vem vazias de sentimentos? Ninguém expressa em mensagens rápidas o sentimento que se sente no momento que se escreve como em um livro. Por essas razões sempre estive enganado por sentimentos alheios.

Não cometi um "orkutissídio" por revolta simplesmente. Mas minha vida já não tinha a mínima participação deste ambiente. Não tinha mais o que conversar com pessoas que se distanciaram. Entendo que pessoas vão e voltam quando querem. Portanto fica a disposição meu telefone que quem merece tem.

Um desabafo... simplesmente.

1º desafio: quem somos? - Vitor Rebello

Vitor Rebello: s.m. e adj.

sonhador;
lunático;
tímido;
desorganizadamente organizado;

indivíduo que gosta demais de gibis, animações, livros e cultura inútil acima do nível que a sociedade considera “normal”.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sobre Entrevistas, Equações e Folhas de Papel

Pegando carona no tema da semana sobre ‘Falar de si mesmo’, queria falar sobre uma experiência constrangedora pela qual todos temos que passar: entrevistas de emprego. Tenho analisado, pensado, repensado e principalmente passado por isso ultimamente. Para mim entrevistas de emprego são experiências desagradáveis, desconcertantes e algumas vezes desoladoras. Uma equação pensada para dar errado: um eu nervoso + um entrevistador atento + o elemento surpresa = triunfo ou tragédia.

É absolutamente absurdo olhar para aquele papel que chamamos de currículo na mão de um entrevistador e achar que aquilo está representando VOCÊ, a pessoa a encará-lo de frente. Eu pelo menos, me sinto reduzido a nada, a uma simples folha de papel com perguntas e resposta imediatas. Escola? Recanto Fulano de Tal. Faculdade? Bacharelado em Xis na Fundação Beltrano. Línguas? Enrolês Avançado e Portunhol Fluente. E aí vamos por mais vários argumentos que visam mostrar para quem quer te contratar que você é apto pra um monte de coisas e poderia com certeza se encaixar em mais do que uma vaga.

O quero dizer é o fato de que ninguém é plano como uma folha de papel. Fina, quadrada, pálida, onde pode-se colocar qualquer coisa que ela vai aceitar e vai passar a representar aquilo. Ora! Somos seres humanos! Esféricos! Cada um com sua forma, cor, saliências e satélites orbitando ao redor.

Cada um de nós nasceu e cresceu em uma casa (x), passou por problemas na infância ou adolescência (-y), amadureceu e aprendeu com seus erros (+z), teve amigos que trouxeram suas experiências para você (+n²+m³) e mais tudo que você amou (+w), se desiludiu (-v), lutou pra conquistar (+u-t), dividiu com os outros (:2), perdeu no meio do caminho (-o); tudo isso quer dizer (x-y+z+n²+m³+w-v+u-t:2)-o= Você.

Somos resultados de tantas variantes que não há equação correta para se descrever alguém. Aquele sinalzinho de mais ou menos ali, naquele cantinho da sua vida, pode mudar tudo amanhã. Acredite em si mesmo, seja quem você é. Somos todos equações ímpares que não cabem em folhas de papel.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

1º desafio: quem somos? - André 'Gravata'

Então vamos lá, para o 'tema-apresentação' dessa semana.

Aqui quem vos escreve é o André 'Gravata', André por parte de Mãe e 'Gravata' por motivos óbvios que talvez nem todos sejam capazes de deduzir. Sou aspirante a Produtor de Eventos. Mesmo a minha escrita não sendo plenamente desenvolvida, certamente é melhor do que meus desenhos. Portanto, aqui vocês verão mais textos meus do que desenhos.

Sou fã de cultura pop japonesa, cultura gamer, cinema, música, animação e literatura. Também estou sempre lendo tudo quanto é notícia relacionada a estas culturas, sempre me informando sobre o hype do momento. Gosto das obras que conseguem equilibrar um lado reflexivo e também um pouco de ação desenfreada. Consigo gostar também das obras puramente pirotécnicas, mas tenho dificuldades com as plenamente reflexivas.

Assim como o Yuki (Olha o duplo sentido aí), tenho várias manias. Escrever tudo certinho, ler e reler o que escrevi atrás de erros, corrigir os outros (Principalmente o Yuki rs) e por aí vai.

Rápido e rasteiro como foi a primeira apresentação.

Stay tunned for more.

'See you Space Cowboys.'

sábado, 21 de junho de 2008

1º desafio: quem somos? - Yuki

Hello Guys, aqui é o Yuki de volta!

Estava pensando enquanto escrevia o post passado e o primeiro desafio é mais uma necessidade!
Fica complicado para saber quem é cada um aqui, então o 1º desafio é colocar quem você é para que os leitores saibam um pouco do perfil de cada um dos desafiados!

Pois bem, eu vou primeiro:

Eu sou o Yuki. Meu nome completo vai ficar em segredo porque prefiro que me chamem de Yuki mesmo! Sou designer, ao menos trabalho com isso, e prefiro muito mais desenhar do que escrever. Apesar de escrever também de vez em quando!

Sou um nerd clássico, daqueles que gostam de tudo que tem na net e se livrou das coisas que viram hyperhipe do nada (tipo orkut). Gosto de ler, assistir filmes, amo animação (na maior parte japonesa... não pergunte porque). Gosto muito de temas que envolvam um pouco mais de ação do que "pensação". Gosto de ficção, policial e etc. Esses são temas ao qual desenvolvo bem!

Tenho manias difíceis de mudar como falar e escrever tudo errado, além de falar comigo mesmo (isso mesmo, sozinho, e não sou louco) e de falar besteiras o tempo todo!

Está aí! Algo rápido e rasteiro! Fiquem espertos porque logo depois já vai sair um tema logo em seguida! E o tema sairá pelo " O Desafiador".

Aguarrrrden (Sr. Abravanel falando)

O desafio foi lançado!


É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer
"Ética a Nicómaco"
Aristóteles

Para aprender o que queremos seguir em nossas vidas temos de exercitar. Este é o objetivo deste projeto.

Aspirantes nerds que cultuam os quadrinhos, as animações, os livros, o cinema e o teatro querem seguir por este caminho. E a melhor forma de desenvolver isso tudo é exteriorizando suas ideias com irreverência. Este projeto visa mostrar como é o exercício da escrita, desenho e etc..

Para tanto o desafio foi lançado a nós, idealizadores. A ideia é que mostremos formas e ideias, concepções em cima do mesmo tema.

Periodicamente será postado aqui diferentes textos, desenhos feito por um de nós. Serão histórias, tiras e etc. Coisas que todo mundo faz em seus blogs... sabe?!? Porém, uma vez por semana será lançado um tema desafio. Teremos uma semana no máximo para desenvolver um texto ou um desenho sobre o tema. O feedback será dos leitores!

Porque de tudo isso?

Este é um exercício para nós, antes de tudo. Com esse exercício permanente, sempre poderemos postar novas ideias de histórias que podem um dia virar um de nossos plots para nossos quadrinhos, curtas, filmes, livros ou o que for. Algo que sempre queremos fazer, mas que nunca sabemos como começar.

Para vocês pode vir a ser uma nova fonte de entretenimento e um exercício inclusive para vocês. Será visível que cada um aqui tem suas referências e vivências completamente diferentes e isso vai ser, com certeza, exteriorizado nos textos e desenhos que surgirão!

Aceitamos também sugestão de temas para nós. E vocês podem inclusive desafiar um de nós diretamente.

Este é mais um blog nerd para nerd!

Por enquanto é só! Não deixem de ler o próximo post que já vem dois grandes desafios para os integrantes do blog!

Um grande abraço e... O DESAFIO FOI LANÇADO!!!!